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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Clayton Aguiar revive histórias da dupla Chico Rey e Paraná em livro


Felipe Moraes


Numa fazenda na saída de Goiânia, os paranaenses Devanil e Denival, que se mudaram para Brasília para cumprir obrigações militares e acabaram iniciando carreira musical, se preparavam para assumir os microfones e iniciar mais um dia de show. Mas Clayton Aguiar, produtor e também músico sertanejo, não se contentava com o nome da dupla de jeito nenhum. “Ninguém acertava, de primeira, a pronúncia certa”, ele escreve numa de suas memórias. Após alguma pesquisa anterior— Tabajara e Guaporé e Candanguinho e Paraná foram sondados —, Clayton tomou a decisão final sem avisar os dois. Antes da apresentação, a estratégia foi anunciar de maneira drástica a alcunha. “Entrei e disse: Infelizmente, essa dupla Devanil e Denival não existe mais. Mas tem uma aqui tão boa quanto ela. Chico Rey e Paraná!”, completa. A nova identidade saiu numa notinha de canto de página, sem foto, no Correio. “A princípio, eles odiaram”, diz o manager. Não teve jeito. O sucesso, porém, veio a reboque. O empresário e radialista reúne esSta e outras memórias no livro Chico Rey e Paraná — Eu vivi essa história (editora e gráfica Qualidade), que, com pouco tempo no mercado, já vendeu mais de 3 mil exemplares. Uma gravação na Sala Funarte, de 1979, foi editada em CD e acompanha o volume.

A obra veio em bom momento: os irmãos, nascidos em Arapongas, comemoraram 30 anos de carreira no início do ano e lançaram há pouco seu 18º disco, o acústico Cantos & cordas (Atração Fonográfica). Chico Rey andou bastante adoentado ultimamente. Um transplante de rim malsucedido somou-se ao incômodo com os nervos ópticos, que o importunam desde menino. Ele passou 37 dias na UTI, foi tratado com hemodiálise, mas já voltou aos palcos.

Iluminados
Para ele, os acontecimentos recuperados por Clayton podem ser de interesse dos fãs e de quem se preocupa com a memória da música sertaneja. “Muitos não conhecem a nossa história, passagens desde quando começamos, quando morávamos na roça, no Paraná”, lembra o cantor. “Quando começamos, nossa referência era Milionário e Zé Rico. E, hoje, somos a mesma coisa para muitas duplas”, completa. Pouco a pouco de volta à rotina de performances — e eles dão conta de uma maratona de mais de 100 shows por ano —, Chico elogia o sertanejo universitário. “Esse movimento foi bom para fortalecer o gênero. Conheço duplas que falam que ele atrapalha, mas não penso assim. Quanto mais tiver, melhor. Fortalece o estilo e o sertanejo vai estar sempre em alta. Sangue novo é importante”, avalia.

Chico precisa de dois óculos para enxergar com acuidade. Um para ler textos com letras miúdas e outro para focalizar objetos distantes. O que ele vê com precisão é um futuro ainda bastante produtivo. “Estamos pensando em fazer outro DVD. A experiência foi muito boa. O fã pode ver em casa e é melhor que tentar aparecer nos programas de tevê, que às vezes são fechados”, adianta.

Ele é comedido ao falar da longa carreira. Prefere dizer apenas que a dupla se acostumou às viagens constantes. “Passamos a vida inteira na estrada. O fim de semana em que não viajamos, sentimos falta”, confessa. Clayton, amigo de longa data que os acompanha desde o início de tudo, crê num sucesso à base de humildade e enorme talento. “São duas coisas. Técnica inigualável: eles não perdem para ninguém em termos de qualidade vocal. A segunda: quando começamos, perguntei para eles se queriam ter um sucesso rápido e lucrativo, ou algo mais duradouro e difícil. E eles escolheram o trajeto maior. Nunca gravaram sequer uma canção em que não acreditassem que era boa e que as pessoas poderiam reconhecer como algo de qualidade”, revela.